29.9.07

Roteirizando

Se me fosse possível narraria minha vida para eu mesmo ouvir, uma coisa assim meio seriado americano, onde o protagonista discorre sobre os acontecimentos e alguma lição que se tira deles ao final de cada episódio. Por exemplo, Felicity o fazia num gravador para uma tal "dear Sally", em Desperate Housewives uma voz do além (literalmente uma personagem morta) o faz, já em Grey's Anatomy a Drª. Meredith nos introduz a um curso básico de filosofia cotidiana, Carrie escrevia sua coluna semanal sobre o sexo e a cidade e ganhava dinheiro com isso e por aí vai...
Mas o caso é que aqui não funciona bem assim, longe disso. Quem me dera conseguir ver os acontecimentos, todas as cabeçadas, todos os acertos e ponderar sobre eles tão lucidamente quanto numa série dessas. Aqui a coisa é mais parecida com o esquema dos ratos de laboratório, levando choques e choques até aprender qual o botão certo de se apertar pra conseguir algum alimento - alimento, amor, dinheiro, carinho, satisfação... preencha sua própria lacuna. Comédia dramática a minha e ainda sem um narrador que me elucide. Tá aí! Eu protagonista não posso esperar assistir tudo e dar-me ao luxo de apenas tomar nota e resenhar. Nem dá tempo e quando se vê o capítulo já é outro, o enredo mudou, a temporada passou, insisti no mesmo botão, levei outro choque, fui, não vi, voltei, sabendo que um dia, de novo, eu irei. Enfim, co-roteirizando. Bom, e todo mundo que acompanha um seriado desses sabe que mesmo o narrador-protagonista vive em apuros, daí a graça da coisa toda.
E se eu fosse terminar a narração dessa situação - e aqui eu posso - usaria otimista do chavão: eu sou novo, ainda aprendo.

25.9.07

Tah-dah!


"Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamas!"
Ernesto 'Che' Guevara

19.9.07

Recomendadíssimo

Talvez já lhe seja conhecida, mas não custa a recomendação. Ideafixa é uma art e-magazine produzida por brasileiros, porém contando com trabalhos de gente de diversos lugares do mundo e realizados em técnicas igualmente diversas. Em edições bimestrais e temáticas, a revista faz uma selação dos trabalhos que são enviados.
As fotos aqui em cima são de trabalhos de Bouger and Regner, João Ruas e Jorge Bispo.

A minha edição preferida até então é a #5, com o tema Woman/Mulher. Qual a sua?!

15.9.07

Licença poética

"Fumar é um jeito discreto de ir queimando as ilusões perdidas. Daí, esse ar entre aliviado e triste dos fumantes solitários. Vocês ainda não repararam que ninguém fuma sorrindo?"

"Desconfia dos que não fumam: esses não têm vida interior, não têm sentimentos. O cigarro é uma maneira disfarçada de suspirar..."

Mario Quintana

And then... Scarlett!


12.9.07

Take a trip

Começo na comunidade da Tori no orkut, tópico com link para o YouTube, uma reportagem belga sobre mulheres no showbiz (plus para a Amy Winehouse arrumando o soutien e Tori dizendo que podia ser a mãe dela). Daí, como nunca fico em apenas um video da Tori... Bliss. "Bliss" também uma música do Muse, banda que havia um bom tempo eu não ouvia. Okay, mais um. Mais alguns! Incluindo um onde alguém aplica um efeito de distorção e deixa a voz do vocalista da banda praticamente igual a da Gwen Stefani. Bom, sigo até Feeling Good. "Feeling Good", música da Nina Simone que serve de trilha para o trailer da quarta temporada de Six Feet Under. Adoro! A música, a série e a cantora. Mais Nina... Enfim, é por isso que acho tão complicado trabalhar em casa...


"I got my earrings."

4.9.07

Novo de novo

É como em final de namoro, quando se tem a vontade clichê de ser outro. Não outra pessoa, mas uma versão melhorada sua. Bom, "melhorada" também não seria a palavra mais certa. Em vistas de outrem provavelmente seria uma melhora - "provavelmente" porque não é sempre que se consegue agradar - mas o caso é que pra você, acima de tudo, é uma questão de novidade. Porque é você quem convive com você nas 24 horas do dia, é você quem sabe das bobeiras que faz, das coisas que deixa passar, do que podia ter dito e não disse, do que disse quando devia calar, enfim, as dores e delícias de ser o que é. E o cúmulo maior dessa convivência: até os pensamentos dessa pessoa lhe são inteira e obrigatoriamente disponíveis!
Então, como qualquer relacionamento que se desgasta, este pede uma parada, uma hora para "discutir a relação". As coisas mudam ou não, e ao seu próprio sabor muitas vezes, por mais resistência ou desejo que se possa ter. Você entrou na faculdade ou saiu dela, reprovou no exame da auto-escola pela sexta vez, voltou do seu tour de um ano pela Europa (sonhar não custa...), está num emprego novo, de saco cheio do atual, ou quem sabe conseguiu o primeiro - e junto com ele algum dinheiro garantido a cada mês -, está começando um namoro, ou o contrário, está sozinho a perder de vista. Variáveis não faltam, mas só por aí já bastaria para se ter uma necessária conversa periódica com esse seu parceiro inseparável, ao qual foi sentenciado a viver uma vida. Se conselhos fossem bons seriam vendidos (alguém ouviu o Bial em "Filtro Solar"? Tá, mas alguém comprou o cd?! Comprou?!) então cabe a cada um saber que contas ajustar com esse outro tão esmiuçado e nem sempre compreendido, um outro ironicamente tão íntimo. E como para tudo, paciência, minha gente, paciência! Simplificar - mais ironias - não é tarefa das mais simples.
Tudo isso, no fim, pra tratar do assunto lá do começo, da vontade de ser um outro livre talvez do seu outro, um novo eu, você, ele, ela (quanta gente!)... Mas, ao contrário de um namoro que se termina, essa relação não acaba assim, quando se acha que não vale mais a pena continuar - há quem utilize recursos diversos para entorpece-lá e/ou fugir dela, mas você sempre volta, e seu inquilino vai estar lá esperando sentado no lugar com aqueles pensamentos que você é obrigado a ler, pelo menos nos casos menos drásticos de tentativa de fuga. Assim, como você não pode esperar por um final nesse casamento, resta-nos a reinvenção. O novo possível. Mudar o que for viável e necessário, relevar o que não der pra deixar de lado, ou tentar terapia talvez, dar novas cores aos desbotados dias, gastar um pouco do novo salário numas roupas novas, tentar um novo corte de cabelo, novos programas, um novo blog... quem sabe?!
 
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